quarta-feira, 16 de março de 2016

Uma fábula brasileira de corrupção


Segue abaixo o corajoso relato do senhor Leo Ganem, publicado em seu Facebook nesta quarta-feira 16:

Essa não é mais uma crítica ao governo feita por um observador distante, é o depoimento de alguém que soube de muito perto como funciona o esquema de corrupção do BNDES, uma caixa de pandora que permanece fechadinha enquanto o MP guarda o melhor para último.

Em 2010, enquanto eu era diretor e conselheiro de empresas de música, fui muito próximo de vários grupos de entretenimento e de investidores nessa área. Um desses investidores, cujo nome preservarei, desenvolveu um projeto para abrir uma casa de shows em Brasília - algo que no papel, dada a demanda da capital, faz absolutamente todo o sentido.

Faria sentido. Não fosse o Brasil, o Brasil. O caso é que para se construir em Brasília, qualquer um precisa se aproximar de Paulo Octávio, ex-governador do Distrito Federal, ex-político e dono das Organizações Paulo Octávio, grupo de transações imobiliárias que manda na região. E ao se aproximar de P.O. qualquer um é sugado pelo buraco negro brasiliense de onde não escapa sequer a luz.

P.O. ao saber dos planos se interessou, disponibilizou áreas por uma fatia do negócio, e propôs imediatamente uma reunião com Erenice Guerra, na época Ministra-chefe da Casa Civil. Erenice havia acabado de assumir o cargo deixado por Dilma, que concorria à presidência. Erenice estava bêbada de poder e fez uma reunião curta. Com seu jeito de mãe petista, a corrupta foi direto ao ponto: "aqui funciona assim: vocês precisam de R$ 60 milhões em financiamento. O BNDES vai viabilizar R$ 80 milhões parcelados a perder de vista com juros no chão. Desse dinheiro, 20 milhões voltarão como uma doação da sua empresa para a campanha da Dilma. No futuro, essa parte da dívida será perdoada.".

O projeto nunca saiu, e até hoje Brasília não tem uma grande casa de show à altura de uma capital. Mas isso não importa. O que importa é que você sabe agora, por que o Eike e outros empresários são tão generosos com o "seu" dinheiro. Sabe também que quando petistas dizem que todas as doações para campanha foram legais, estão contando uma meia-verdade. A doação em si pode ter sido legal, mas os recursos foram originados de um empresa pública dilapidada por comunistoides infiltrados.

Isso não aconteceu no planalto central de um planeta distante. Eu vi. E deixo a previsão: perto do BNDES, a Petrobras vai parecer roubo do troco da cantina do Santo Inácio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário